A grande maioria de nós, seres humanos, não gosta de mudanças, de alterações, do desconhecido. Já eu… Aflige-me estagnar, manter, rotinar, parar e não aproveitar o que há de bom em mudar. Quebrar rotinas, experimentar, saltar e ver no que vai dar.
Também já tive medo. Medo de falhar, medo de arriscar, de lutar, de mandar tudo ao ar… Agora não. Já não tenho. Acredito, confio, espero e desfruto.
Custou-me mais ficar apegada, agarrada a coisas, pessoas, situações, do que todas as mudanças que fiz. Perdi mais em ficar do que em arriscar, em mudar.
Com a mudança ganha-se vida, ganha-se alento, renascemos, crescemos, limpamos, renovamos e largamos amarras, pensamentos, escolhas e circunstâncias nas quais já não nos encaixamos e, por isso, surgem as oportunidades de modificação. Muitos, por nunca o fazerem, chega o dia em que são obrigados. E, normalmente, é mais doloroso.
Mas, sim, é preciso coragem. É preciso tê-los no sítio, em muitas ocasiões, para se conseguir chutar o balde. Lançá-lo ao ar e ver, muitas vezes, o olhar aterrorizado daqueles que nos rodeiam e pensam: “Louca! E agora, o que vai ser dela?” E aí ela renasce, reencontra-se, purga-se e dá a volta por cima, apresentando-se depois melhor que antes.
Claro que, pelo meio, existem danos colaterais. Existem sempre. Nem sempre é fácil fazermos escolhas. Não é fácil largar o cómodo acomodado, o conforto do conhecido e partir, sem nada, em busca da eterna felicidade no desconhecido, no incerto. Só aqueles que na loucura o sentem na pele e, mesmo com medo, arriscam. E fazem muito bem porque o resultado é ficar-se melhor, mais feliz, mais realizado, mais forte, mais sábio, mais experiente e com mais certezas de que nada é certo, nada é garantido, mas nada é melhor que arriscar para sentir, de facto, o que é ser vivido.
Estar vivo é isto. É sair da zona de conforto e testar-se. Ver do que se é capaz. Ver como se safa. Estar em constante mutação, não estagnar. Correr atrás dos sonhos.
Arrisca! Quem sabe se voas.