
Finjo acreditar e permito-me embalar na tua conversa meiga. Vais-me conduzindo na tua Harley. Deixo a brisa entreter-se com os meus cabelos. Sorrio. Gosto de ver até onde vai a imaginação e a persuasão humana. De vez em quando, concordo que os meus braços te envolvam. Sei que te faz sentir homem.
Paramos para um café. Apenas mais uma desculpa para me tentares enlaçar. Deixo que o cowboy que há em ti se sinta no controlo. Rio-me como se me fizessem cócegas. Consinto que os meus olhos ternos fiquem embevecidos e, sem palavras, convenço-te do que quero. Achas que quero mais do que tu. Achas que a minha expressão corporal é natural. Costuma ser. Excepto quando sinto que me estão a conduzir docemente a um precipício. Deixo-me ir. Dou-te corda. Gosto de estudar a mente, observar as pessoas, ver como reagem e até onde vão. Então, aproveito o palco e faço o meu papel. Donzela frágil, carente, crédula e ansiosa de um largo ombro másculo. De um anjo salvador.
Gostas de brincar. Eu, às vezes, também. Quando tenho tempo.
Sou a mulher perfeita. Quando quero.
Chegamos à beira do abismo. Quando estás totalmente convencido de me teres onde queres… Não te empurro, não salto, não te desmascaro… não. Com a lua crescente nos lábios digo-te: “tenho de ir fazer xixi, mas volto já”.
Só que não.
Fantástico… tal e qual… o que sempre disse e confirmas… dão corda, e nós… sentimo-nos mais… só que não… somos conduzidos como carneiros…
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Às vezes 😅😅
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