Assim dizia Frank Sinatra. Assim desejo eu dizer quando chegar perto do fim. Aquilo que temos é, acima de tudo, aquilo que somos e aquilo que fazemos com a nossa vida. O modo como vivemos. E nada melhor do que termos vivido a vida à nossa maneira, de acordo com as nossas vontades e desejos. O que recebemos de bom e de mau ser consequência das nossas escolhas e não das de outros.
É fácil deixarmo-nos influenciar pelo que nos rodeia – pais, professores, amigos, colegas, namorados, os media e por aqueles que, mesmo não conhecendo, admiramos ou seguimos. Cada vez mais, hoje em dia, com as redes sociais e a facilidade de acesso a qualquer informação, apenas com um clique, isso acontece. No tempo dos nossos avós e pais essa informação não estava tão disponível e era difícil saber o que se passava com os outros, para além dos nossos vizinhos. Agora, podemos saber o que se passa com alguém do outro lado do mundo. Mas, será que beneficiámos com isso ou tornou-nos mais vulneráveis?
Talvez essa noção só chegue na fase madura. Quando desejamos começar a fazer anos em sentido inverso. Quando percebemos que, se calhar, metade da nossa vida já passou e talvez tenhamos feito pouco daquilo que era, verdadeiramente, a nossa vontade. Que engolimos mais sapos do que o desejado apenas para agradar os outros, ou para manter um emprego apenas porque precisamos do dinheiro, ou para não entristecer o pai que idealizou uma vida diferente para nós, ou não desiludir a esposa porque ela imaginava um príncipe encantado…. E por aí fora. Quem é que nunca se arrependeu de ter feito algo contrário ao que lhe apetecia?
Quando estivermos para partir, quando for a hora de deixarmos a nossa vida, será que ficaremos orgulhosos de nós mesmos? Do que fizemos, do que dissemos, do que amámos? Será que vamos poder dizer que nos arrependemos pouco? Que planeámos os nossos caminhos e que caminhámos na direção que queríamos?
Antes que chegue esse dia, vamos aproveitar e cumprir com aquilo que verdadeiramente somos, queremos, ambicionamos, desejamos, sonhamos. Acredito que temos uma oportunidade – uma vida, que deve ser vivida de forma plena para sermos felizes, realizados e não amargurados, torturados ou ficarmos na sombra de alguém.
Que possamos dizer como o Frankie disse: «I lived a life that’s full and I did it my way» (eu vivi uma vida plena e à minha maneira).
