
Às vezes, passam-se dias sem que assista ao telejornal. Há alturas em que fico com a voz embargada, as lágrimas soltam-se e o peito aperta-se. Hoje foi um desses dias, ao assistir às notícias sobre os raptos de crianças na Nigéria. Assistir à dor daqueles pais e mães que ficaram sem um filho e a alegria de outros que os conseguiram recuperar… A maioria, com poucos recursos, viu-se obrigada a vender tudo o que tinham para pagar o resgate. Ficaram sem casa, sem terrenos, sem dinheiro, sem nada, mas ganharam o filho ou a filha, ou seja, ganharam o mundo. Nada substitui a perda de um filho, nada se compara à tortura de um sequestro, da aflição de não se saber como estão, o que lhes vão fazer, se estão a sofrer, se vão sair vivos, se os vão voltar a ver e se os recuperarem o trauma que eles terão.
Se só perdê-los por dois minutos numa praia ou num centro comercial o chão desaparece, o céu desaba e o coração pára, quanto mais o rapto de um filho por um grupo radical islâmico louco, violento e armado. Que horror! Não é possível assistir a isto de forma incólume. Choro. Imagino-me nessa situação. Deus queira que nunca.
Entristece a notícia e o sentimento de impotência perante essa situação. Resta-nos orar. Muitos têm a sorte de poder, no fim, agradecer.
De seguida, veio a notícia de uma mãe, em Nova Iorque, com uma bebé de oito meses ao colo, atropeladas por um condutor embriagado. Felizmente, sobreviveram e estão a recuperar.
É por estas e por outras que fico dias sem ver as notícias. Este mundo está um caos, a todos os níveis, para não dizer pior!
26.07.2021