O fenómeno da natureza que mais me fascina são os vulcões. O seu portento e beleza são inigualáveis. Um vulcão em ação é um dos mais belos e aterradores espetáculos naturais. Não há nada nem ninguém que os possa conter ou controlar. Mostram o seu poder, o poder da terra, da natureza sobre o ser humano: mostram-nos que nada somos.
Gosto de fazer a analogia de um vulcão com alguém que durante toda a sua vida foi calmo, contido, pacífico, aparentemente extinto de qualquer possível dano a outros que, por sua vez, usam e abusam da sua paciência. Um dia, essa pessoa explode. Manda tudo ao ar e deixa sair cá para fora magma a escaldar que assusta e espanta todos em redor. Ou então, aquela mulher que aguenta anos e anos de desrespeito, maus tratos e infidelidades, em prol da família, até ao dia em que rebenta, e ainda há quem estranhe.
Mas porquê? O que é que lhe deu? Era tão boa pessoa, tão calma, não fazia mal a uma mosca, eram tão felizes…
Pois é, mas por vezes essas chaminés apagadas vão enchendo e acumulando gases e poeiras que um dia têm de ser libertadas para o exterior.
Esses fenómenos, quer na natureza quer no ser humano, são belos e fazem parte do equilíbrio necessário para o planeta, e para a gestão dos nossos sentimentos.
Deixar sair a raiva e a dor para a terra são descargas importantes que devemos fazer, sempre que necessário, a fim de não acumularmos energia negativa, não a despejarmos em quem não merece e podermos viver mais felizes.
