
Considero-me uma pessoa tolerante, que respeita os outros e aceita diferentes formas de viver. Não me acho superior ou melhor que ninguém e por isso não gosto de fazer juízos de valor. Nem aos meus filhos gosto de dar sermões, mas há certas situações que me irritam e levam a que, em certos dias, eu tenha necessidade de expelir esse veneno que me corrói.
Como tal, num desses dias, decidi escrever sobre algo que é do senso comum, mas que ainda não está totalmente enraizado.
Ficou enojada sempre que vou a uma casa de banho pública e vejo o seguinte:
Pessoas que não lavam as mãos
Será preciso explicar que a urina e as fezes estão carregadas de bactérias e lavar as mãos é a forma mais fácil e barata de prevenir infecções?
Ao longo do dia, levamos as mãos ao rosto, aos olhos, à boca. Puxamos o autoclismo, colocamos as mãos nos puxadores das portas, nos corrimões, na comida… já para não mencionar quem rói as unhas.
A correta higiene das mãos pode impedir que fiquemos doentes e interromper a transmissão de infeções virais, bacterianas ou parasitárias para outras pessoas. Depois de uma pandemia, em que fomos exortados a desinfetar as mãos a toda a hora, porque não manter o mesmo hábito quando usamos a casa de banho?
O mesmo é válido quando se trocam as fraldas ou se limpam os filhos ainda pequenos.
Igual para quando tossimos, espirramos ou nos assoamos. Quando andamos de transportes públicos ou seguramos carrinhos de compras. E existem inúmeras situações.
Usamos as mãos para tudo e rapidamente ficam contaminadas; devem ser regularmente lavadas.
Quando deixam a casa de banho suja
Normalmente, nós, senhoras, não nos sentamos e é possível que, por vezes, o chuveiro regue o assento da sanita deixando-a imprópria para quem se segue. Será que custa assim tanto agarrar num bocado de papel higiénico e limpar o que sujámos? E puxar o autoclismo? Também não custa, não dói.
Convém, no entanto, antes da descarga, baixar a tampa para evitar espalhar milhões de germes no ar. O mesmo para o número 2. Se ao defecar alguém deixar a sanita suja deveria limpá-la com o uso do piaçaba e fazer tantas descargas quantas as necessárias para limpar o que sujou.
Quantas vezes já nos aconteceu abrir a porta de uma casa de banho e fechá-la de imediato, nauseados?
Isto é válido para mulheres e homens, obviamente.
Outro assunto que trago, por último, e que também me irrita, são:

Pessoas que atiram lixo e beatas para o chão
Seja pela janela do carro, na rua, na praia, na mata ou em qualquer outro lugar que não seja um caixote do lixo.
Custa muito deixar o lixo de lado na porta do carro e deitar fora depois? Não, não custa porque eu faço-o.
Custa muito usar o cinzeiro? Não. Ninguém tem de levar com uma beata voadora; os motociclistas que o digam.
E na praia? Existem cinzeiros portáteis próprios, mas se não tiver, reúna tudo e antes de ir embora deixe-as no lugar próprio.
É tudo uma questão de respeito pelos outros, por si e pelo ambiente.
Artigo publicado hoje no Repórter Sombra – Sara Carvalho