
Amor Entre Adultos é um filme que está no top 10 da Netflix, em Portugal. De origem dinamarquesa, é baseado num livro homónimo. O título original é Kærlighed for voksne e foi escrito por Anna Ekberg, em 2018. Em português o título não lhe faz jus. Parece o nome de um filme pornográfico. Não é. Desculpem desiludir-vos.
Também parece apenas mais um filme de traição e vingança. Não é. É um filme de suspense onde há traição, sim, mas com contornos únicos…
“A grande maioria dos homicídios está relacionada com o amor. Efetivamente, metade de todos os homicídios é cometida pelo cônjuge ou pelo parceiro. E o motivo é quase sempre o ciúme e a paixão.”
Assim começa este enredo.
Paixão, sexo, amor, casamento, ciúme, traição, ódio.
Até onde o ser humano é capaz de ir?
O tema é comum na ficção e na realidade. Quantos de nós já experimentámos a traição?
Com telemóveis, as possibilidades de se ser descoberto são maiores. Até onde deve de ir a privacidade de cada um? Terá a mulher direito a ver o telemóvel do marido, quando desconfiada de mensagens fora de horas? Como fica a confiança no outro, quando este não quer mostrar?
Quantos casamentos terminados se mantêm em prol dos filhos, das carreiras, do dinheiro, das aparências?
Quantos são traídos e preferem fingir não saber? Quantos aceitam? Quantos optam por fazer o mesmo e manter o casamento? Até onde somos capazes de ir? De fazer? De esconder?
Estas perguntas são-nos trazidas à medida que o filme avança.
Pai, mãe e filho. Uma família. A progenitora abdicou da sua profissão de música para cuidar do filho com uma doença. Quando este se torna maior de idade, estarão os pais livres para cuidar das suas vidas? Ou será tarde demais? Aquilo que se perde pelo caminho pode ser reconquistado?
Com música clássica e maravilhosas paisagens de fundo, a complexidade vai-se adensando, como uma orquestra em crescendo.
Não vos direi mais, apenas que fiquei presa ao ecrã.