FaZer o quê?

Ontem, enquanto lanchava num café, assisti a uma situação, um tanto ou quanto, desconfortável.

Estava uma senhora em pé, em frente à vitrine, a aguardar o seu pedido quando, entretanto, chegou uma outra que ficou de lado junto à montra do pão. Passado pouco tempo, ouvi-a a cumprimentar a que já lá estava e a pedir-lhe desculpa por não a ter reconhecido. Ao que a mulher respondeu:

  • Pois, quando não interessa conhecer não se fala… quando se precisa e dá jeito é que se cumprimenta…

Não ouvi qualquer resposta e ela ainda repetiu, mais uma ou duas vezes, frases deste género para quem quisesse ouvir. Além da voz, a cara, também demonstrava que estava ofendida e irritada.

Entretanto, a senhora que esperava o pão foi atendida e despediu-se da outra, de forma simpática, e saiu.

O inusitado é que aquela que não reconheceu a outra, de imediato, era a única que estava de máscara.

Fiquei com pena dela porque, em primeiro lugar, a reação da mulher pareceu-me bastante exagerada e, mesmo que tivesse muita razão, ninguém precisava saber; segundo, porque já me aconteceu, várias vezes, o mesmo.

Tenho tanto de atenta como de distraída e já dei comigo a esquecer rostos de pessoas com as quais já tinha estado a falar, até por bastante tempo.

O cúmulo foi uma senhora que ficou na mesma mesa que eu, num casamento, há uns anos, e passado uns tempos não a reconheci ao vê-la num espaço comercial.
O mesmo já me aconteceu com outras pessoas e em situações de convívio que, pelos vistos, esqueço.

Faço por mal ou com qualquer tipo de interesse? Não. O meu cérebro apaga e não tenho culpa.
Algumas vezes, ando tão distraída com os meus pensamentos, e na minha vida, que raramente vejo alguém.

Noutras alturas, sou capaz de estar numa esplanada e ver o senhor bem vestido da mesa ao lado, que aparenta ser o dono, a passar droga a um amigo, de forma tão subtil que sou a única que repara. Ou uma rapariga a tentar ver o telemóvel do namorado, à socapa, quando este vai à casa de banho.
E agora? Vá-se lá perceber!?

Portanto, nem tudo o que imaginamos corresponde à realidade ou àquilo que se passa na cabeça do outro. Haja mais empatia e tolerância. Digo eu.

Publicado por Sara Carvalho

Chamo-me Sara Carvalho. Sou mãe de três filhos lindos. São a minha grande paixão e inspiração para tentar ser cada dia melhor. Curiosa de raíz, apaixonada pela vida, pela natureza, por música, dança, letras e não só. Adoro artes: ler e escrever - sobre os mistérios da vida, as emoções humanas, Deus, fantasia, suspense, espiritualidade, poesia; musicais; cinema; espetáculos; concertos; teatro; bailado; exposições; fotografia; viajar e ... sonhar com um futuro melhor. Também sou instrutora de Pilates, desde 2006. Um sonho que se transformou num objetivo? Escrever um livro. Consegui! 777 é o seu título. É uma obra de fantasia com muita realidade à mistura. Também gosto de números e enigmas.

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