Quantas vezes precisamos olhar no espelho, olho no olho, e tentar perceber, com olhos de ver, olhos do entendimento, o que vai ali dentro? Dentro daquele ser que nos acompanha desde a nascença, mas, mesmo assim, nem sempre o entendemos ou conseguimos prever reações.
Sim, conhecermo-nos dá trabalho. Envolve tempo, pesquisa, análise. Não é imediato. Vai-se alterando com o passar dos anos; não é estático e adquirido.

Pessoas antes leves, felizes e amorosas podem ser hoje seres humanos duros, fechado, azedos.
O que os transformou?
Porque mudaram? Porque é que os acontecimentos exteriores conseguiram alterar o interior?
Porque é que não continuamos com a essência pura e inocente da infância?
Como é que deixamos situações exteriores, família, professores, amigos, patrões e até gente estranha alterar o que vai cá dentro? Porque lhes damos o poder para alterar algo tão profundo e singular como a nossa mais íntima forma de ser? Aquilo que nos caracteriza, desde a nascença, como únicos, inigualáveis…
Porque é que a partir de certa altura começamos a querer ser igual à maioria? Ser-se aceite em sociedade implica anulação do âmago? Porque permitimos? Porque vamos na onda? Só para sermos aceites pelas massas? Parvos e influenciáveis que somos!
Já te olhaste, hoje, fundo nos olhos? Olha e diz:
– Amo-te, tal como és.
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