Hoje em dia, os bebés têm dia e hora marcada para nascer.
Como quem marca umas férias.

Vamos ter um bebé na data que mais convém aos pais, ao médico, à clínica… É quase isto.
Não se quer esperar, nem sofrer as dores de um parto. Faz-se um corte e, produto de uma sociedade moderna, sai um bebé pela barriga, em vez de sair pela abertura feita para tal.
Não condeno, mas, mais uma vez, caímos no extremo.
Antigamente, uma mulher podia estar horas e até dias em trabalho de parto, o bebé não ter dado a volta, a mãe não fazer a dilatação e nada de cesariana. Era ver até onde aguentavam – a mãe e o bebé. Fruto desta situação, algumas crianças ficaram com paralisia cerebral e uma situação enferma para o resto da vida.
Agora, está tudo bem, são todos saudáveis mas marca-se a cesariana. Porque a mãe não faz a dilatação? Porque o bebé está sentado? Existe um problema de saúde? Não, só porque é mais cómodo, confortável, rápido. E porque se pode pagar.
Mas está assim tão generalizado?
As estatísticas dizem o seguinte:
“De resto, “nos hospitais de natureza privada e social, a taxa média de parto cirúrgico (cesariana) foi de 82%, variando entre 43% e 100%, com três hospitais a apresentarem uma taxa de partos cirúrgicos (cesariana) de 100%”, confirma a ERS.
“Os hospitais privados efetuaram 14,4 mil partos (17,1% do total de partos), sendo que 12 mil (83,6%) implicaram a realização de cesariana ou o recurso a instrumentos de apoio como fórceps e ventosas (partos distócicos)”, informou o INE.
Em recente entrevista ao jornal “Expresso” (edição de 6 de janeiro de 2023), o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, afirmou que “há blocos de parto privados que fazem 40 a 50 partos por ano, eventualmente um parto por semana e com taxas de cesariana de 100%. Eu tenho dúvidas se são blocos de partos ou se são blocos cirúrgicos, que é bem diferente”.
Quais as vantagens de um parto vaginal?
- Internamento mais curto
- Recuperação mais rápida
- Maior ligação (“bonding”) entre mãe e filho
- Menor morbilidade materna e fetal
- Menores custos hospitalares
- Menores riscos nas gravidezes e partos subsequentes
Quais os riscos maternos?
Apesar da mortalidade materna atribuída à cesariana ser praticamente nula, é três a sete vezes superior à dos partos por via vaginal. A causa mais frequente de mortalidade materna, associada à cesariana, é a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar. (…) As infeções são as sequelas pós-operatórias mais frequentes, sobretudo nas grávidas obesas ou com diabetes.
Riscos neonatais
Para o bebé, existe maior risco de dificuldade respiratória, sobretudo se a cesariana eletiva for feita antes das 39 semanas. 0,4% dos recém nascidos podem sofrer lacerações (feridas) acidentalmente durante a técnica cirúrgica. -CUF
Mais informações no link:
https://mamaetagarela.com/8-motivos-esperar-a-hora-seu-bebe-nascer/?amp=1