É impossível não sentir dores no estômago com os murros que nos atingem vindos das notícias.
Ao fim de seis meses, Inês Tomás é detida, indiciada pelo homicídio da filha – Jéssica Biscaia, a mais nova dos seis filhos que esta mulher teve.
Quatro deles a viver com familiares e a mais velha institucionalizada, a pedido da avó materna. Só isto já diz muito, não?
Uma menina, uma inocente, entregue às mãos de alguém a quem devia chamar mãe, de quem devia esperar proteção, colo, carinho, amor… em troca, era esbofeteada, maltratada, vítima de gritos e violência, de maus tratos. Permitia que fosse introduzida droga no ânus da menina para ser usada como correio de droga.
Como é que alguém consegue ficar descansada e descontraída sabendo que a sua filha de três anos está nas mãos de traficantes de droga, pessoa intituladas de bruxas, chantageadores, pessoas violentas, que ameaçam, abusam e espancam? Como?!
Ainda foi filmada a cantar karaoke, num bar, durante esse tempo!
Eu tenho três filhos e só de pensar em alguém lhes tocar num fio de cabelo, fico mal disposta, quanto mais fazer mal à própria filha!?
Uma menina, alvo de tortura e espancamento, com mais de 130 lesões externas e internas. Sofreu murros, pontapés, apertões, cortes, queimaduras de cigarros e água a ferver. Só na cabeça foi atingida 27 vezes. Quem é que consegue ser assim? Como?
Mesmo que fosse alvo de chantagem, mesmo que a sua vida fosse posta em perigo, ela tinha de a defender, proteger, salvar.
Usa a filha como moeda de troca de dívidas que tinha?
Recebe a menina, depois de quase uma semana ausente, nas mãos de criminosos, vê que a filha não se aguenta em pé, que tem lesões no rosto, na cabeça e no corpo, que tem o rosto queimado e ensanguentado, está com dificuldade em respirar e põe-na na cama para descansar? Que espanto, depois, ela ter morrido? Chorou muito, agarrada a uma boneca? Que merda de pessoa é esta? Nem de animal pode ser chamada porque os animais não fazem isso às suas crias.
Infelizmente, este não é caso único.
Espero que tanto a mulher, que lhe deu e tirou a vida, bem como os outros envolvidos fiquem presos e que sofram o mesmo que Jéssica sofreu. Quando pensamos em justiça é isto.
Há pessoas que nunca deviam ser chamadas de mães, que nunca deviam ter filhos.
A única parte positiva é que Jéssica Biscaia já não sofre mais.
O mundo está de pernas para o ar ou serei eu? Reportando-me à época em que estamos, há certas coisas que não me parecem fazer sentido algum nas gentes, pelo menos, do meu país. Então, anda tudo atarefado com o Natal: comprar prendas, comida, fazer a árvore, ajudar os mais carenciados, enviar e publicar mensagens de amor, paz e festas felizes, reunir a família, etc. Mas, qual é o principal motivo desta celebração? O nascimento de Jesus Cristo. Nem toda a gente é católica, mas a maioria, mesmo não praticante, é. Nem todas as religiões são cristãs, mas a maioria é. Nem todas as religiões cristãs celebram esse nascimento na mesma data, a maioria sim. Então, pergunto-me porque é que a maioria quando se fala em Deus, em Cristo ou na Bíblia não quer saber? Aprecia-se a festa mas o motivo principal, por trás da mesma, não? Acho isto estranho mas, se calhar, sou eu que estou ao contrário.
Na brisa calma do mar Deixo-me embalar Contemplo o céu Fecho os olhos e sonho A preto e branco Sou um pássaro Que ama a manhã Brinca na espuma das ondas Respira o sol e o sal Nas penas levo as lembranças De dias pequenos De fome e tempestade Agora livre Voo e plano Em plena sintonia com a natureza Na areia brinco E à beira-mar repouso Sou uno com a terra Sou pleno no mar Feito de amor e para amar
Desaperta o coração Deixa-o ser livre Permite que faça aquilo Que nasceu para fazer
– Amar
Não o deixes encolhido Mirrado Escondido Envergonhado Solta-o Não cries barreiras Não eleves muros Não inventes fronteiras Ama Ama E ama novamente Se ficou magoado Se ficou ferido Sim Mas não lhe cortes as asas Ele não tem culpa Não o castigues Pelo mal de outro coração Que não sabia amar
Ser gratos e valorizar o que temos é algo que, infelizmente, muitos não fazem e só depois de perderem se apercebem do bom que tinham. Agora é a hora de elogiar e agradecer.
Ontem, enquanto lanchava num café, assisti a uma situação, um tanto ou quanto, desconfortável.
Estava uma senhora em pé, em frente à vitrine, a aguardar o seu pedido quando, entretanto, chegou uma outra que ficou de lado junto à montra do pão. Passado pouco tempo, ouvi-a a cumprimentar a que já lá estava e a pedir-lhe desculpa por não a ter reconhecido. Ao que a mulher respondeu:
Pois, quando não interessa conhecer não se fala… quando se precisa e dá jeito é que se cumprimenta…
Não ouvi qualquer resposta e ela ainda repetiu, mais uma ou duas vezes, frases deste género para quem quisesse ouvir. Além da voz, a cara, também demonstrava que estava ofendida e irritada.
Entretanto, a senhora que esperava o pão foi atendida e despediu-se da outra, de forma simpática, e saiu.
O inusitado é que aquela que não reconheceu a outra, de imediato, era a única que estava de máscara.
Fiquei com pena dela porque, em primeiro lugar, a reação da mulher pareceu-me bastante exagerada e, mesmo que tivesse muita razão, ninguém precisava saber; segundo, porque já me aconteceu, várias vezes, o mesmo.
Tenho tanto de atenta como de distraída e já dei comigo a esquecer rostos de pessoas com as quais já tinha estado a falar, até por bastante tempo.
O cúmulo foi uma senhora que ficou na mesma mesa que eu, num casamento, há uns anos, e passado uns tempos não a reconheci ao vê-la num espaço comercial. O mesmo já me aconteceu com outras pessoas e em situações de convívio que, pelos vistos, esqueço.
Faço por mal ou com qualquer tipo de interesse? Não. O meu cérebro apaga e não tenho culpa. Algumas vezes, ando tão distraída com os meus pensamentos, e na minha vida, que raramente vejo alguém.
Noutras alturas, sou capaz de estar numa esplanada e ver o senhor bem vestido da mesa ao lado, que aparenta ser o dono, a passar droga a um amigo, de forma tão subtil que sou a única que repara. Ou uma rapariga a tentar ver o telemóvel do namorado, à socapa, quando este vai à casa de banho. E agora? Vá-se lá perceber!?
Portanto, nem tudo o que imaginamos corresponde à realidade ou àquilo que se passa na cabeça do outro. Haja mais empatia e tolerância. Digo eu.
Nem todos os dias sentimos que avançamos, que alcançamos e concretizamos o que queremos. Nem todos os dias nos sentimos bem. Na natureza existem dias nublados, de chuva, frio, vento, de céu azul, sol a brilhar, de calor e pássaros a cantar.
Saber aceitar e respeitar os ciclos, com a certeza e fé que melhores dias virão e voltaremos a brilhar, é importante. Mesmo em dias cinzentos, sabemos que o sol está lá e aparecerá sempre.