Existem hábitos que, por vezes, criamos para o nosso bem-estar. Vou partilhar convosco um deles porque o considero bastante positivo e produtivo – ler.
Leio livros que gosto, como thrillers e policiais, que me fazem viajar e entrar noutros mundos, mas, entre estes, tento ler um de autoajuda, desenvolvimento pessoal ou autoconhecimento, que me obrigam a mergulhar em mim, no meu mundo interior. Existem inúmeros no mercado.
Costumo dizer que normalmente é o livro que me escolhe. Vou andando pela livraria, eu prefiro fisicamente, mas também acontece on-line. Observo, vejo as capas, os autores, e quando algum me atrai leio o prefácio e os comentários. Se achar que vai ser bom, já não o largo. Às vezes, o problema é querer levar muitos, mas o nosso coração acaba sempre por conseguir fazer a melhor escolha.
Porque é que acho isto importante e decidi escrever acerca?
No meio de tudo o que vivemos – pressões familiares, sociais, económicas, responsabilidades, problemas para resolver, horários para cumprir, isolamento, medo da doença e medo do que o amanhã trará – entramos, frequentemente, num estado depressivo. Sentimos necessidade de respirar, sair, fugir. Muitas vezes, parece que vamos ficar malucos. Esquecemo-nos de várias coisas e nem sempre conseguimos manter o fio de uma conversa sem ter algumas falhas de memória. Dormimos mal, sentimo-nos cansados e até frustrados. Os noticiários colaboram. Deixam-nos angustiados e impotentes. Não se percebe de onde vem tanta maldade, violência, ganância, corrupção, egoísmo, pobreza e por aí fora. Felizmente, há ainda muita gente boa, solidária e que se preocupa verdadeiramente. Alguns conseguem fazer a diferença.
Mas, o que é que precisamos para ver o mundo melhor e aquelas pessoas do bem? Precisamos ler, conhecer, saber para depois decidir o que fazer. Com o quê? Com a nossa vida e com o conhecimento que adquirimos. É unicamente aí que podemos marcar a diferença, para nós e para os outros. Podemos mudar a nossa forma de pensar e de ver o mundo. Temos a possibilidade de melhorar a nossa vida, apesar das intempéries. Quando o fazemos emitimos uma frequência, uma energia que atrai outras semelhantes.
Fico sempre muito mais feliz e iluminada, chamemos-lhe assim, quando leio um desses livros que nos elevam. Não devem é de ser lidos como os outros; precisam ser ruminados. Implicam análise, meditação e tempo para pormos em prática o que aprendemos. Normalmente, sublinho, coloco dobras, corações ou estrelinhas em algumas partes que considero mais importantes para mim. Cada um fará como sentir melhor.
Uma das coisas que li, neste último livro de gestão pessoal, era que quem adquire o conhecimento deve passá-lo a outros, não o deve guardar só para si mesmo. Fez-me lembrar um filme que vi há muitos anos chamado «Favores em Cadeia». Adorei esse filme. Cada pessoa, a quem lhe era feita uma ação de bem (um favor), ficava, com a obrigação, de o fazer também a outro, como elos de uma corrente de bondade. Se fosse sempre assim, o mundo seria um lugar bem melhor.
Como tal, vou deixar-vos com um resumo que o próprio autor, Robin Sharma, faz no final da sua obra. Chamou-lhe «Liminares para uma vida bela».
1 – A principal tarefa de qualquer ser humano é fazer o seu trabalho interior. Todos os dias faz algo de significativo para te aprofundares. Para teres mais daquilo que realmente queres na vida, primeiro tens de te tornar quem realmente és.
2 – Encara a tua vida como uma fantástica escola de crescimento. Todas as coisas que vives, quer sejam boas, quer difíceis, vieram ao teu encontro para aprenderes a lição que mais precisas de aprender nesta fase particular da tua evolução enquanto pessoa. (…) pergunta a ti mesmo: «Que oportunidade é que esta pessoa ou situação representa?» Esta é uma grande fonte de paz interior.
3 – Sê para ti mesmo verdadeiro. A melhor vida é a vida autêntica. Nunca te traias. Retira a tua máscara social e tem a coragem pessoal de apresentar o teu verdadeiro eu ao mundo. O mundo ficará mais rico por isso.
4 – Lembra-te de que colhemos aquilo que projetamos. As nossas vidas exteriores são apenas um reflexo das nossas vidas interiores. Lança luz sobre o teu lado negro. Torna-te ciente das falsas premissas, crenças limitadoras e medos que te mantêm tacanho, e o teu mundo exterior mudará.
5 – Vemos o mundo não como ele é, mas como nós somos. Aprende que a verdade, em quaisquer circunstâncias, é filtrada pelo teu vitral pessoal, o teu contexto pessoal. Limpa as janelas e limparás a tua vida. Então, verás a verdade.
6 – Vive no teu coração, pois a sua sabedoria nunca mente. Segue os incitamentos silenciosos do teu coração e serás conduzido em direção ao teu destino.
7 – Encara a vida com curiosidade. Ao abdicares do controlo, criarás um espaço para que as possibilidades entrem na tua vida e a encham de tesouros.
8 – Cuida de ti. Faz algo todos os dias para alimentares a tua mente, corpo e espírito. Estes são atos essenciais de autorrespeito e amor-próprio.
9 – Constrói ligações humanas. Dedica-te a aprofundar os laços com as pessoas que te rodeiam. Concentra-te em ajudar os outros a alcançarem os seus sonhos e preocupa-te mais com o serviço altruísta, em vez de com a auto gratificação. Vieste ao mundo para enriquecê-lo e estarás a trair-te a ti mesmo se esqueceres esta verdade.
10 – Deixa um legado. O anseio mais profundo do coração humano é a necessidade de viver em nome de uma causa superior a si próprio.
Espero que analisem e meditem nestes conselhos. Se acharem por bem, tentem aplicá-los nas vossas vidas e transmiti-los também a outros.
Desejo-vos tudo de bom e lembrem-se que se todos somos um, o que cada um faz reflete-se em todos. Tudo o que semearmos, dentro e fora de nós, iremos colher – uma verdade bíblica, chamada também de Lei do Retorno.
Cuidem-se!
Texto publicado na revista Helicayenne Magazine Portugal – 05/2021