Comparamo-nos desde pequenos. Quem tem o melhor carrinho ou a boneca mais linda; os ténis da moda; o penteado mais cool; o telemóvel mais caro; a melhor bicicleta; a namorada mais gira; a melhor faculdade; o melhor curso; o carro mais desportivo; o melhor emprego e por aí adiante. Desde a simples comparação com os sapatos da colega de trabalho ao ordenado e à aparência… vivemos nisto!
E porquê? Para quê?
Para nada, porque nada nem ninguém é igual. Todos somos diferentes. Cada um tem a sua personalidade única, o seu jeito, o seu estilo, os seus gostos, os seus dons.
Queremos ser iguais ao ator tal, à cantora y, ao youtuber x, à blogger z…
Nem os pais, que até têm noção disso, conseguem, a tempo inteiro, deixar de comparar os filhos entre si ou a si mesmos quando tinham a mesma idade. No entanto, nem os gémeos verdadeiros são iguais. E, mesmo que as semelhanças físicas sejam demasiadas, a personalidade nunca é. Podem ter vinte filhos, que nunca nenhum será igual ao outro.
Assim como na natureza. Há padrões idênticos, mas nunca iguais. Não há uma flor exatamente igual à outra, uma borboleta cópia de outra e nem sequer uma zebra com as riscas todas no mesmo sítio. Parecem iguais, mas não são!
Esta variedade e singularidade do universo é que o torna tão belo, único, especial. Assim como cada um de nós! Por isso, vamos tentar deixar de nos comparar. Deixar de comparar o que não tem comparação. Não há ninguém como nós e isso torna-nos incomparáveis. Ao tentarmos alcançar um ser que não é natural, acabamos vítimas de um ideal que não existe. Tentamos alcançar o vento. E muitos ficam frustrados, tristes, infelizes, deprimidos.
Ao invés de nos concentrarmos nos defeitos, vamos antes reconhecer e abraçar as qualidades especiais que cada um de nós possui e que fazem de cada ser a pessoa única que é. Vamos celebrar e brindar ao fato de sermos únicos, especiais. E celebrar esse fato é aceitar isso mesmo. Aceitar as nossas diferenças e as dos outros. Aceitar que não temos de ser iguais a ninguém para sermos bons e gostarem de nós. Aceitar que sermos apenas o que somos é suficiente. É ímpar! E essa é a grande beleza! Brindemos a nós e à vida!