Let it go

Deixar ir o velho para o novo receber.

Largar o passado e abraçar o presente.

E o melhor presente que temos é a vida que nos foi concedida.

Aproveitá-la é dever para podermos ter uma vida feliz.

Libertar o que nos carrega é imprescindível para criar espaço a novas vivências. 

Acreditar num futuro melhor, com fé, move-nos, mas não sejamos utópicos. Há coisas que nunca mudam. Mudemos nós aquilo que nos incomoda e está nas nossas mãos e aceitemos aquilo que somos e que não podemos mudar, com amor. 

Naquilo que pudermos, ajudemos o próximo. Não esquecer que há mais felicidade em dar do que há em receber.

Que continuemos humildemente a aprender, a crescer e sejamos gratos pela prenda maravilhosa que temos – o presente!

Feliz ano novo!

E dormir, não?

Tenho inveja. Invejo os que se deitam e ainda os lençóis não estão quentes já o comboio assobia avançando para novas estações.

Eu fico parada. Espero que um novo comboio carregadinho de sono apareça. Aguardo muda e quieta. Tento não me mexer para não o espantar. Observo o enorme relógio da estação que me mantém alerta ao passar do tempo. Vejo, ao longe, denso fumo e penso que é desta. Quando, no escuro, a visão clareia percebo que é um daqueles rápidos que não param. Uma ventania revolta-me os cabelos e as palavras que se iam arrumando no meu cérebro. Agora estão soltas num remoinho frenético. Tento ajuntá-las, arrumá-las e aquietar a mente para receber o sono.

Lá me encosto de novo no banco das almofadas e espero. Já o convidei faz tempo e nada!

Vejo de novo, ao longe, nuvens de cinza. O coração dispara de esperança. O comboio abranda e finalmente consigo entrar. Encosto-me, certa que o embalo me fará adormecer e poderei descansar. Assim que relaxo as pálpebras, sou surpreendida por uma acervada agitação. Estupefacta percebo que é um comboio em completa celebração.

Todos reunidos, em grande paródia, cantam, dançam, comem, bebem, riem e divertem-se. Sou a anfitriã e não sabia! Rio-me com a situação. Era uma festa surpresa. Conformo-me e permito-me festejar.

Um dia ainda consigo apanhar o comboio da meia-noite.

Quisera eu

Quisera eu

ser a corrente incansável

Fresca, viçosa

Feliz, despreocupada

Deitar-me com as flores

Namorar com as pedras

Rasgar a terra e nutri-la

Beijar os primores

Respirar pureza

Sentir o solo pulsar

Casar com a natureza

Correr para os braços do mar

Quisera eu

ser livre assim

Adormecer com as estrelas

Brilhar com o sol

Viver num eterno jardim

Quisera eu.

#post2 #cenasdescritas #passatempo #escritacriativa

O futuro é de quem não desiste

Desejar feliz natal ou boas festas não chega.

Este ano, que não teve nada de feliz nem de festas, temos de desejar muito mais.

Desejar que este vírus desapareça e que os abraços, beijos e afetos regressem.

Desejar que possamos resgatar as nossas vidas em suspenso.

Desejar andar em liberdade na rua.

Desejar não ter receio de estarmos perto uns dos outros.

Desejar que quem passou pelo pior recupere.

Desejar que quem conseguiu escapar possa ser grato e possa aproveitar ainda mais os seus.

Desejar que todos nós desfrutemos a vida, a família, os mais velhos, os mais novos, os amigos e tudo que pudermos porque o maior privilégio que temos é estar vivos.

Desejar, também, que todos os desafios que 2020 nos trouxe possam ser transformados em lições e sabedoria para 2021. Deixemos o passado passar e encaremos com positividade, fé e alegria o futuro.

Como Shakespeare disse: ” No mesmo instante em que recebemos pedras em nosso caminho, flores estão sendo plantadas mais longe. Quem desiste não as vê.”

Que nunca desistamos!

Muita saúde, amor e união, são os meus maiores desejos para todos nós!

Você é único

Comparamo-nos desde pequenos. Quem tem o melhor carrinho ou a boneca mais linda; os ténis da moda; o penteado mais cool; o telemóvel mais caro; a melhor bicicleta; a namorada mais gira; a melhor faculdade; o melhor curso; o carro mais desportivo; o melhor emprego e por aí adiante. Desde a simples comparação com os sapatos da colega de trabalho ao ordenado e à aparência… vivemos nisto!

E porquê? Para quê?

Para nada, porque nada nem ninguém é igual. Todos somos diferentes. Cada um tem a sua personalidade única, o seu jeito, o seu estilo, os seus gostos, os seus dons.

Queremos ser iguais ao ator tal, à cantora y, ao youtuber x, à blogger z…

Nem os pais, que até têm noção disso, conseguem, a tempo inteiro, deixar de comparar os filhos entre si ou a si mesmos quando tinham a mesma idade. No entanto, nem os gémeos verdadeiros são iguais. E, mesmo que as semelhanças físicas sejam demasiadas, a personalidade nunca é. Podem ter vinte filhos, que nunca nenhum será igual ao outro.

Assim como na natureza. Há padrões idênticos, mas nunca iguais. Não há uma flor exatamente igual à outra, uma borboleta cópia de outra e nem sequer uma zebra com as riscas todas no mesmo sítio. Parecem iguais, mas não são!

Esta variedade e singularidade do universo é que o torna tão belo, único, especial. Assim como cada um de nós! Por isso, vamos tentar deixar de nos comparar. Deixar de comparar o que não tem comparação. Não há ninguém como nós e isso torna-nos incomparáveis. Ao tentarmos alcançar um ser que não é natural, acabamos vítimas de um ideal que não existe. Tentamos alcançar o vento. E muitos ficam frustrados, tristes, infelizes, deprimidos.

Ao invés de nos concentrarmos nos defeitos, vamos antes reconhecer e abraçar as qualidades especiais que cada um de nós possui e que fazem de cada ser a pessoa única que é. Vamos celebrar e brindar ao fato de sermos únicos, especiais. E celebrar esse fato é aceitar isso mesmo. Aceitar as nossas diferenças e as dos outros. Aceitar que não temos de ser iguais a ninguém para sermos bons e gostarem de nós. Aceitar que sermos apenas o que somos é suficiente. É ímpar! E essa é a grande beleza! Brindemos a nós e à vida!

Escreve

Dezenas de papéis, em vários formatos e texturas, roçavam-lhe a pele nua.

Caligrafia e tinta mudas, em diferentes cores e tamanhos, aderiam-se à pele como tatuagens.

Já não sabia ser sem todos os manuscritos que lhe nasciam e, irreverentes, desarrumavam-na por dentro e por fora.

Pertenciam-lhe, mas não por muito mais. Ganhavam vida e fugiam-lhe. Precisavam voar e correr mundo.

E ela deixou.

Amar

Não tenho medo de viver

Não tenho medo de morrer

Tenho medo de ficar estagnada dentro do meu ser

Não poder aprender

Não conseguir crescer

Não poder sair e evoluir

Despertar e sorrir em cada amanhecer

Preciso continuar a acreditar

A lutar sem parar

Pela vida, liberdade e bem-estar

Pelo amor sem dor

Pela amizade sem cobrar

Por aquilo que há de melhor no ser humano

Que é poder amar